terça-feira, 1 de julho de 2008


Ainda não há muito tempo, participei numa oficina de argumento para curtas e lembrei-me deste casal. É real. É bem português. E é excusado ficcionar, porque nenhuma ficção bate o surrealismo aqui patente.

Ela é ex-toxicodependente, ou toxicodependete-comedida. É esquizofrénica. Tem apenas trinta e picos anos, mas está tão estragada que é difícil acertar-lhe na idade. Já fez trinta por uma linha e imagino as linhas que fez por uma trinta.

Ele é paraplégico. Alcoólico. Epiléptico. Enfim, tem as alegrias todas!

Chatearam-se porque ela se embebedou na casa dele e ele é que teve que limpar o vómito. Ele bateu-lhe com tudo o que tinha à mão, até com uma bengala. Ela ficou negra como nunca esteve. Apanhou-o na rua e virou-lhe a cadeira.

Toda a gente ficou muito revoltada com toda a situação. Dizem: Como é que é possível uma drogada fazer o que fez a um deficiente?

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