Pensava-me morta. Quase morri. Bati certamente às portas da morte e, por sorte, ninguém atendeu.
Julguei-me então moribunda. Houve quem me desse a extrema-unção. Houve quem me chorasse aos pés da cama. Houve quem me tirasse medidas e até houve quem me encomendasse o caixão.
Encontrei-me adoentada, agasalhada com todos os cobertores que conheci. A cabeça a doer e o coração também. Os dias a quererem-se para lá das portadas sempre fechadas. Os lenços de papel a cobrirem o chão e a febre, sempre teimosa, a inundar-me os sonhos de imagens surreais.
E afinal... Afinal estava viva e só não me apetecia viver.