quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Estação

Olha para a estação onde apanhas o combóio, o autocarro, o metro ou o barco. Seja ela qual for. Como tudo se tornou um hábito para ti, esqueceste-te de observar os outros. No entanto, observando os outros aprendes mais um pouco acerca de ti próprio. Repara como andam em piloto automático, entrando e saindo do combóio como se nada os afectasse.
E a ti, nada te afecta? Nem a pobreza nem os falsos pedintes? Não creio. Como não creio que não te rias no teu íntimo com os pregões entoados pelos vendedores de cachecóis, guarda-chuvas e fruta ou com a peruca do homem que segue mesmo ao teu lado.
Há algo de quase poético num combóio cheio de gente. Há alguém que ouve uma música que tu gostas. Há alguém que transpira de medo. Alguém que cheira a álcool. Alguém que carrega três filhos e mais igual número de sacos de compras. Alguém que tapa as lágrimas por detrás de uns óculos escuros. Alguém bem vestido para alguma festa. Alguém que cumpre os últimos dias de vida.
E todas essas pessoas, que nos olham, empurram e pedem licença, representam cada uma delas diferentes fases das nossas vidas, cada dia que cá passamos e passaremos. As nossas alegrias, as nossas tristezas e as nossas monotonias.
Portanto, lembra-te de que todos os dias somos objecto de observação também e que, para os outros, todos os dias somos alguém diferente: nuns dias merecedores de misericórdia, noutros tantos apenas alvo de chacota.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Quer queiramos ou não, há duas coisas com que ficamos de sobra depois de umas mudanças: as dores de costas e os sacos de plástico.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Parabéns, o seu cérebro deixou de funcionar!

PIIIIIIIIIIIIIiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIiiiiiiiiiiiiiiiIIIIIiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIiiiiiiii.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Quem bonito ama, excepcional lhe parece.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Já farta, não é?

Hoje, um amigo meu dizia que estava farto dos alertas coloridos e do Cristiano Ronaldo. E eu, não poderia estar mais de acordo.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

A vida é...

Acordo por volta da uma da tarde. Levanto-me e desço as escadas em pijama, forçada pelo cão e pelo gato que querem ir comer e fazer qualquer coisa lá fora. Não tenho fome, mas meto o resto da sopa num prato fundo e levo este ao micro-ondas. Pego num pano de cozinha, numa colher, num guardanapo. Aqueço chá de menta e improviso uma mesa de comer na sala.
Estou aborrecida, assim como se de repente a minha vida tivesse deixado de ter significado. Assim como se de repente vivesse para sempre vestida com este pijama e com o cabelo despenteado, a acordar tarde e a comer restos de sopa. Tento não pensar muito nisso e acendo a televisão.
Não tenho pilhas no telecomando e deixo ficar num canal ao calhas. Por azar, estamos na hora do futebol. Fala-se de todos os clubes que existem em Portugal e, quando penso que vamos passar para outra secção do noticiário, desata-se a falar da liga espanhola.
Entretenho-me com o rodapé e leio: Faleceu João Aguardela. Não acredito e acabo por confirmar na internet. Era um artista com quem simpatizava. A quem pedi autógrafos em miúda. De quem tenho qualquer coisa espalhada entre cassetes, cd´s e computador. E, assim de repente e sem pré-aviso, morreu. Com apenas mais 10 anos que eu e com uma doença prolongada.
A chuva que não parou um segundo desde que acordei, começa a bater com mais força nas janelas, nas portas, no chão. Abalada pelo que acabo de ler, ou pela repentina tomada de consciência de que todos nós um dia acabaremos por morrer e atrofiada pelo som ensurdecedor da chuva, oiço uma frase a martelar-me na cabeça e decido, finalmente, tomar um banho e sair: A VIDA É EFÉMERA.

(E assim, como se de uma cena bíblica se tratasse, surge um raio de sol enquanto escrevo estas palavras)

sábado, 17 de janeiro de 2009

Mudanças, mudancinhas...

Entre latas de tinta e mobilias novas, tudo continua por limpar, desembrulhar, montar e arrumar. Até eu própria, que ultimamente me tenho sentido uma espécie de trambolho que se esqueceu da sua vida pessoal e social, sinto-me embalada, encostada a um canto à espera da minha vez de fazer parte da decoração.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Mensagens

Hoje, ao eliminar mensagens antigas no meu telemóvel, descobri uma bela dezena de mensagens do Dr. Cão para o Cão Snob e para o Rock. Ao que parece, durante a madrugada e enquanto eu durmo, o Dr. Cão agarra-se ao meu telemóvel e desata a enviar mensagens para os seus amigos do bairro.
Felizmente, tenho mensagens gratuitas para a rede TMN e para a rede AuAu.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Lista de Ano Novo (ou os desejos comuns a qualquer mortal)

- Ver todos os que amo bem na vida;
- Arranjar um emprego que me satisfaça financeira e profissionalmente;
- Viver feliz na minha casa nova;
- Escrever um ou dois livros (N.R. - escrever é diferente de publicar, melhor: não tem nada a ver);
- Os noticiários passarem a dedicar apenas 3 minutos ao futebol;
- Continuar a ter hábitos de higiene.

Não vá o Diabo tecê-las...

... Já avisei os meus amigos que terão à disposição deles, quando forem passar uns dias à minha casa nova, um fantástico kit de sobrevivência. Este incluirá: uma cópia da chave de casa, uma carapinha postiça e uma bisnaga de graxa.

sábado, 3 de janeiro de 2009

África Minha

- Isso não é um livro ou um filme ou os dois?
- Não, é a forma carinhosa que o presidente da câmara municipal da Amadora utiliza para se referir à população do concelho.

Ké Luz?

- Não boy, já tenho quem ma ligue na próxima segunda-feira.

A mudança

Tenho andado ausente por um bom motivo: vou mudar de casa. Troco o meu querido Alentejo por Queluz. Espero não me vir a arrepender, porque caso isso aconteça, terei que dar o braço a torcer e dizer que tudo isto foi uma péssima ideia. E dar o braço a torcer é, sem dúvida alguma, uma coisa dolorosa fisicamente.
Depois de montada a casa, no bom sentido, espero encontrar um trabalho que me sustente os vícios e as próximas viagens, sejam elas ao estrangeiro ou apenas às casas dos meus pais. Para além disso, um trabalho também será útil para me manter ocupada e activa e bem longe da atrofio que é estar parada (para não falar dos danos cerebrais que isso causa).
Daqui para a frente, o meu humor vai andar corrosivo para o bem e para o mal. Aviso desde já que não sou racista, nem sexista, nem outras maldades do género e que as piadas que possa vir a escrever sobre pretos, ciganos, gays e anões, são isso mesmo: piadas. Quem não tem sentido de humor para aceitar uma brincadeira, pode e deve retirar-se enquanto ainda está a tempo.
E já agora: um bom ano para todos vós e para mim também!