quarta-feira, 1 de abril de 2009

Lisboa

Não sei por onde tenho andado, mas algo me faz crer que fui hipnotizada ou embruxada por alguém muito maquiavélico que me fez esquecer o quanto gosto de Lisboa. Hoje, finalmente, e talvez por me ter benzido sem querer, redescobri a cidade por entre bêbedos que cantam o "atirei o pau ao gato" e mendigos que se lembram de acertar os seus relógios de brincar no passeio mais movimentado.
Encontrei vistas do Tejo que não conhecia. Cruzei-me com pessoas belas e outras que nem tanto. Desviei-me de buracos, de caniches açaimados e de pedintes sem membros. Ri-me das melodias destes últimos e dos seus pregões gastos de tantas vezes que são ditos. E, involuntariamente, ouvi boa música tocada em plena rua.
Esquivei-me ao sol e, quando dei por mim, já tinha comprado dois bilhetes para um concerto e um dvd do meu amado Leonard Cohen. Voltei para o sol, para que não me sentenciasse falência em prol de qualquer coisa semelhante ao conceito de cultura.
Imaginei-me uma louca, daquelas que não têm rede e dizem tudo o que lhes vem à cabeça, sem reflectirem antes. E pensei: que diria eu acaso pudesse dizer tudo como os malucos? Olhei todos aqueles que ainda não morreram nos olhos. Olhos nos olhos. E, sem nada temer, sussurei-lhes em jeito de piropo: Sejam felizes!

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