quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Pessoa

A pessoa que mais deveríamos odiar em todo o mundo (para além de certas estrelinhas pseudo-jets-portuguesas e às vezes também pseudo-portuguesas) é a nossa própria pessoa. O nosso eu. A imagem que vemos reflectida no espelho mas também nos quase extintos charcos de rua.
Nós próprios, portanto.
Somos, sem dúvida, a pessoa que mais nos odeia e que mais nos mete obstáculos na vida. Tudo o resto é conversa, são desculpas, são paranóias e manias de perseguição.
Aquela pessoa que vive dentro de nós é pior do que qualquer veneno, do que qualquer falso amigo. É dessa que devemos ter cuidado, que devemos desconfiar à partida de toda e qualquer atitude que queiramos tomar. É ela que nos faz defender o comodismo (não confundir com comunismo, que é parecido mas não inerente à pessoa auto-existente em todos nós) e que nos diz para não avançar, porque nos podemos arrepender. É ela que nos arrasta para casa e que nos submete a horas passivas de sofá, que nos mete a contar os trocos na hora de beber um copo com um amigo, que nos mete a pensar em ladrões na hora de abrir uma janela.
Faço aqui um apelo: temam-na! Contrariem-na!
.. Mas façam-me o favor de ser felizes!

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