quinta-feira, 4 de setembro de 2008

A inveja

Já lá diz o povo (ou será antes a televisão?) que a inveja é uma coisa feia. E eu não podia estar mais de acordo, apesar de achar que mesmo assim há por aí invejas mais feias que outras.
Há a inveja com razão de ser e há a inveja mesquinha. A com razão de ser, embora feia como qualquer inveja, é tolerável. É aquela que temos do gajo que não tem que trabalhar para passar a vida a viajar pelo mundo fora, da amiga que namora com o sósia de uma qualquer estrela de cinema, do filho-da-mãe que conduz um porsche...
E depois há a inveja mesquinha, que para além de feia é completamente despropositada e intolerável. E é dessa especificamente que falo. Parece impossível, mas há quem tenha inveja ridícula e infundamentada de mim e das minhas pequenas coisas, de tudo quanto sou ou faço.
Para essas pessoas convém explicar que não há motivos para isso: sou licenciada e recebo o mesmo (vá, mais dez euros) que a administrativa do meu local de trabalho; estou em risco de ir para o olho da rua (tal como os restantes colegas) e como não tenho contrato nem nada, nunca terei direito a indemnização ou subsídio de desemprego; as duas únicas viagens que fiz ao estrangeiro (em 29 anos de existência!!!) foram em lowcost; a casa onde moro é da minha mãe e eu pago renda; no amor não sou feliz, se não já estava casada (casada casada, não sei bem!); entre muitas outras coisas altamente invejáveis...
Mas não me queixo, porque faço de tudo para ser feliz e para tirar o máximo partido desta única hipótese que me é dada de viver. Porque combato as contrariedades com jantares e abraços nos amigos. Porque acredito que cada porta que se fecha, obriga-nos a encontrar outra que se abra. E na impossibilidade de abrir uma porta, recorre-se ao pé-de-cabra ou salta-se pela janela, mas nunca à inveja. Porque essa não ajuda em nada. E não invejo os meus iguais, porque cada um tem aquilo que luta por. E há que lutar por tudo o que se quer, até ao fim.

Já lá diz a azulejaria tradicional portuguesa (ou será a televisão?):
SE TENS INVEJA DO MEU VIVER, FAZ COMO EU: TRABALHA!

3 comentários:

Anônimo disse...

bom dia cristina.desde que te conheci pensava para os meus botoes esta atitude de frieza...para com as coisas e pessoas e so fachada uma forma de se proteger.hoje vendo este blog percebe-se que nao passas de uma pessoa normal mas que nao tem coragem de assumir fraquezas como qualquer ser humano.eu sei k nao gosta de ouvir mas eu vou dizer baixinho para ninguem ouvir,gosto muito de ti.pelos meus 34 anos de existencia vou percebendo k nos humanos e k compicamos.basta ser verdadeiro para ele proprio.nao ter medo de dizer eu gosto ou nao gosto.beijinhos a gente encontra-se por ai.isabel

Anônimo disse...

ah Leoa!!!

Anônimo disse...

Confesso: tenho uma inveja de MORTE do teu piriquito(a), fogo tu tens um(a) e eu não...
Quando é começo a ficar verde?
Olha, e mais te digo quem sabe da tenda é o tendeiro!!E o resto é conversa...

Long live o sr cão e o super gato.