quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Ismos

Estava eu prestes a reprovar no 12.º, quando fui ter em desespero de causa (ou então na brincadeira...) com o meu professor de filosofia e pedi-lhe clemência (leia-se: um 10), argumentando que caso ele me reprovasse eu iria passar o resto da minha vida a vender fios de missangas pelo mundo fora. Ele respondeu-me que se assim fosse me invejaria a sorte.
Passados uns tempos, volto a encontrá-lo. Na conversa de circunstância surge a tal da pergunta da praxe (ou da calhandrice) em que interessa mesmo é obter informação sobre o que eu ando a fazer e eu respondo que me licenciei e trabalho em turismo. Ele responde-me, em jeito de brincadeira ou pura filosofia de algibeira, que turismo rima com terrorismo.
Hoje, a menos de uma semana de sair de livre e espontânea vontade do meu local de trabalho, sem perspectivas de emprego e sem saber o que a vida me reserva, compreendo as suas duas respostas: Não teria sido mesmo preferível ter ido correr o mundo a vender as minhas missangas? E estudar e trabalhar numa área que não se gosta não será no fundo um acto do mais puro auto-terrorismo?
Pensem nisso, que eu também.

3 comentários:

Anônimo disse...

Esse professor, tao desprezado por nos nessa altura, ensinou-me mais que aquilo que eu supus na altura... E lembro-me dessa conversa..

Anônimo disse...

Eu sempre soube que havia um Bin Laden dentro de ti... Tu nunca me enganaste!!!

Careto =P

Narcolepsia disse...

oh yeaaahh, acho que deviamos formar um clube anti-turismo..Pagámos propinas, estudámos.. tudo para trabalhar numa coisa que não gostamos.. Que masoquista que me sinto..Agora que estás ai na capital, vê se me arranjas um psiquiatra no Júlio de Matos que ainda me queria curar :P