quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Tudo se compõe

Tudo se compõe, agora que dois estranhos se abraçam a meio de uma viagem. Propósito: amparar as lágrimas de ambos. Resultado garantido, sem reclamações.
Tudo se compõe. O mendigo que te metia nojo, revelou-se teu amigo. Revelou-te segredos e também algumas duras verdades. Falou-te da árdua tarefa que é perceber sentimentos através dos rostos cansados que deambulam por aí, ao final do dia.
Tarefa estranha. Estranho ser. Afinal, o seu olhar esgazeado, significava apenas A Procura. Todo o seu sangue derramado, não significava nada. Ferimentos ligeiros, escandalosos.
Tudo se compõe. A linha do metropolitano sorri-te. Só a ti, a mais ninguém. A linha do metropolitano reconhece-te, aqui neste lugar ou noutra qualquer estação estrangeira. Seja qual for o teu percurso.
A linha sorri-te. Convida-te a saltar. Propõe-se engolir tristezas e esmagar problemas, os teus. E tu, aceitas. E, os estranhos que choram abraçados, assustam-se com o travar repentino da carruagem e abraçam-se ainda mais. E beijam-se.
Tudo se compõe. Tudo, nada significa. Grito de socorro.

4 comentários:

Anônimo disse...

e já juntaste este texto ao outro?

Ass:
Buda Iscariotes

Cristina H. disse...

Buda Iscariotes,
Referes-te a qual outro texto? Aquele que te enviei por e-mail?
bjs

Anônimo disse...

Cara Cristina

Não.

Ass:

Pôncio De Pilatos

Cristina H. disse...

Pôncio de Pilatos,
Então não junto a nenhum. E fica assim, que é como Deus quis e me mandou postar.
beijos à bruta desta tua amiguita.