sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Fora da Grande Tela

O táxi pára. Pedes-me um euro para ajudar a pagar. Dou-to e saio, depois de dar uma última vista de olhos no banco e no chão da viatura. Tenho medo de ter deixado para trás alguma coisa. Sais logo a seguir a mim. Segues-me os passos. Imitas-me a velocidade. Está frio e os nossos vapores fundem-se quando ambos nos olhamos e dizemos banalidades.
Apaixonas-me. Os teus gestos e a tua boca. As tuas palavras e as tuas mãos. O teu olhar que se dirige, meigo e hesitante, na direcção dos meus lábios. Há muito que te procurava e agora, finalmente, poderemos percorrer aquele caminho que ambos sabemos onde vai dar. Sinto-me no final feliz duma qualquer comédia romântica e não me importo.

Mas a realidade é outra. Os filmes estão presos nos cinemas e nas televisões e o amor com eles. Não há táxi nem trocos, muito menos frio que nos faça expelir qualquer vapor das nossas bocas. Não há noite em que tenha embarcado na tua companhia. Apenas dias em que te sonho e que te pressinto. Apenas uma estranha sensação de te vir a conhecer e abraçar num dia cinzento e fresco, de um belo e nostálgico Outono. Fora da grande tela.

2 comentários:

Anônimo disse...

cinematográfica, a menina, hein..?
;)

Franz Cabra

Cristina H. disse...

Franz Cabra é um nome que te fica bem, eheheh.
Vou tentar ser menos cinematográfica e mais literária...
Ai que falta de inspiração!
brutais beijos para ti.