sábado, 20 de junho de 2009

Brainjacking

Venho por este meio informar que fui vítima de brainjacking. Brainjacking é um crime violento cujo grande e único objectivo é, tal como o nome indica, roubar cérebros.
Ainda não refeita do cuecajacking, algo que me custou uns quantos euros em reposição de stock de cuecas cá em casa, dou por mim apanhada por meia-dúzia de larápios, bem vestidos e de oculinhos bem à moda do melhor marrão da escola, a fazerem-me frente num beco escuro, ameaçando-me e batendo-me sem dó nem piedade (em todo o lado menos na cabeça), até conseguirem sacar um dos meus bens mais preciosos: o cérebro.
Sei que há cérebros e cérebros e que o meu não é assim grande coisa, mas é o único que tenho. E, garanto, se me tivessem deixado colaborar, eu teria indicado cabeças mais interessantes e valiosas que a minha, que no fim de contas é apenas mais uma com massa cinzenta vulgar, revestida de tudo o que é mais vulgar num ser humano e com um conteúdo pouco interessante da perspectiva do marrão da escola ou do pseudo-intelectual de um qualquer quadrante político, seja ele de que extremo for.
E assim, deixando-me perplexa, completamentamente indefesa e sem cérebro, sem forças para me mexer ou para berrar socorro nesse mesmo beco escuro, fiquei eu sem cérebro, o que é uma verdadeira maçada*. Ou, numa versão optimista da coisa, uma verdadeira oportunidade para me desculpar sempre que não me apetecer fazer coisas como pensar, andar, comer, falar ou até mesmo viver.
E nisto tudo, tenho saudades dos cuecajackers. Cuecas há muitas e baratas e a coisa até se levava, no final de contas, mais-ou-menos bem, apesar da idiotice e da violência. E pergunto-me: para quando o sadnessjacking? É que ele há dias que eu até pagava para me roubarem as tristezas à base de murro e pontapé...

*na versão original, escrevi massada em vez de maçada... cuidado: a burrice e a iliteracia são uns dos primeiros sintomas das vítimas do brainjacking!

2 comentários:

Luís Alvarenga disse...

As tristezas não se roubam...Quem as tem até as dava!
Gostei do "humor"! Pois

Cristina H. disse...

Obrigada Frank!
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