Não te escrevo desde ontem. Desde o adormecer fingido do meu pesar. Desde as frases escritas e esborratadas naquele papel amarrotado, depositado teimosamente nas tuas mãos. Não te escrevo desde que nasci, pequena e silenciosa numa cidade que nunca mais vi. Não te escrevo desde o tempo que era outro, bem melhor do que aquele que me assalta e me leva as horas que tanto gostaria de passar em ti. Não te escrevo desde o fracasso de te ter escrito e não me teres decifrado, nem uma vírgula de suor.
Não te escrevo desde ontem, a última vez que te vi. Não te escrevo desde ontem e aprisiono palavras desfiguradas, certa de que nunca irão chegar a ti.
Não te escrevo desde ontem, a última vez que te vi. Não te escrevo desde ontem e aprisiono palavras desfiguradas, certa de que nunca irão chegar a ti.
5 comentários:
Cristina,
Encontrei seu blog por acaso, realmente sensacional.
Você não escreve simplesmente, você compõe a vida.
bj
UAU, com um elogio desses nem sei o que hei-de dizer!
Muito obrigada! :)
Já te disse que gosto do que escreves?
Metículo
Escreve mais.
Mau
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