quinta-feira, 2 de julho de 2009

A poesia das pequenas coisas

Repara na poesia das pequenas coisas. No pequeno Santiago que não quer dar a mão à mãe e na pequena Beatriz que está desejosa de chegar a casa para dormir uma sesta. Nos nomes e nos rostos destes, que se repetem e se multiplicam por milhares, nas creches e nos lares. Repara na senhora que traz um lenço na cabeça e que lê um pequeno livro com caracteres que desconheces o significado: será um romance ou um policial?
Repara no teu rosto ausente, reflectido nas montras. Nos teus pequenos olhos, assustados e ao mesmo tempo curiosos. No teu corpo ainda jovem, fardado para a vida com a mesma farda que usaste tantas vezes, em pequenas grandes guerras, reclamando paz. Repara nos pequenos sinais que a tua pele ostenta. Nas pequenas cicatrizes. Nos pequenos recantos, outrora beijados por grandes seres.
Repara no pequeno fio de luz que inunda o teu quarto de manhã. Como ele te acorda anunciando que é mais um dia e que tu estás cá para o contemplar. No sabor da água quente que no banho escorre pelo teu rosto. No cheiro do teu perfume misturado com o perfume de quem te abraça e te dá os bons dias.
Repara na voz de quem te liga, só para saber se estás bem ou por onde tens andado. E nada mais. Nas pequenas frases simples que não querem dizer nada mas que significam muito mais do que a própria explicação dos sentimentos.
Repara em tudo, não negligencies nada. Tudo o que de mais pequeno te possa parecer, é muito. É grande. As tuas pequenas coisas, são versos, pequenos versos, que rimam entre si e que juntos se transformam num grande poema: a tua vida.

5 comentários:

Pedro Horta disse...

a vida é feita de pequenos nadas...
a vida é feita de pequenos nadas...

Beijo

joao disse...

repara neste post...!

PuRpUrInA disse...

Adorei =)

Anônimo disse...

Tenho inveja de não ter escrito isto... Odeio-te!!! :P

Cristina H. disse...

Obrigada a todos!:)
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