quinta-feira, 20 de agosto de 2009

A prostituta

As pessoas riam-se ao assistir ao espectáculo protagonizado pela prostituta mais os seus artefactos, supostamente sensuais. A própria prostituta ria-se de si mesma e desse espectáculo decadente que encenava. Tinha-lhe sido difícil ensaiá-lo e mais difícil ainda era representá-lo com naturalidade, mesmo após tantos anos de prática.
No final, as pessoas riam-se ainda mais, enquanto metiam mais umas notas no cesto que circulava pela audiência, num misto de caridade e demência.
No final, a prostituta recolhia o dinheiro e tomava consciência do quão ridícula a sua vida se tinha tornado.

2 comentários:

joao disse...

ao menos tem consciencia do ridiculo do seu percurso. pior ser o palhaco-triste no circo q o pp foi construindo. nao perceber q o publico se transformou em monstros. histericos. cegos. numa orgia de gargalhadas em torno do seu ridiculo. Assim ainda vai a tempo de abandonar o show antes de todos os outros. caso contrario... pode vir a encontrar-se sozinho no palco. a falar e gesticular-se sozinho. ignorado. como um louco.

Cristina H. disse...

Ainda bem que me percebes:)
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