segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Rios

A minha vida tem rios. Rios que correm descontrolados, agitados, cinzentos. Rios que cheiram a maresias, maresias que cheiram a distantes pescarias, onde os mares engolem os odores das águas doces dos rios.
A minha vida tem rios. De margens recortadas por mãos humanas. De dejectos descarregados nos seus leitos. De marés vazias sempre cheias. De corpos bicados por gaivotas a boiar distraídos.
A minha vida tem rios. Rios de peixes mortos a correrem poluídos. Rios vazios, rios secos e rios subterrâneos. Rios clandestinos e rios com nomes de mar.
A minha vida tem rios e eu morro de sede.

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