sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Não te escrevo desde ontem

Não te escrevo desde ontem. Desde o adormecer fingido do meu pesar. Desde as frases escritas e esborratadas naquele papel amarrotado, depositado teimosamente nas tuas mãos. Não te escrevo desde que nasci, pequena e silenciosa numa cidade que nunca mais vi. Não te escrevo desde o tempo que era outro, bem melhor do que aquele que me assalta e me leva as horas que tanto gostaria de passar em ti. Não te escrevo desde o fracasso de te ter escrito e não me teres decifrado, nem uma vírgula de suor.
Não te escrevo desde ontem, a última vez que te vi. Não te escrevo desde ontem e aprisiono palavras desfiguradas, certa de que nunca irão chegar a ti.

5 comentários:

Mayra Di Manno disse...

Cristina,
Encontrei seu blog por acaso, realmente sensacional.
Você não escreve simplesmente, você compõe a vida.

bj

Mayra Di Manno disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Cristina H. disse...

UAU, com um elogio desses nem sei o que hei-de dizer!
Muito obrigada! :)

Anônimo disse...

Já te disse que gosto do que escreves?

Metículo

Anônimo disse...

Escreve mais.

Mau