quarta-feira, 9 de junho de 2010

Ele

Ele caminha. Há ali perto um balneário público onde poderá tomar um banho. Há por ali perto, também, alguém que lhe oferece um café e um bolo. Há por ali as saudades de alguém ausente. Dele próprio que jaz no passado. Um corpo transpirado implorando paz. Uma janela aberta com um cortinado esvoaçante tentando fugir. Um vulto feminino. Um fulgor masculino. Há por ali perto essa memória de ter sido ontem, e não antes de ontem, alguém guerreiro armado nos braços de alguém. Barricado nas coxas da sua fêmea. Alguém que vence a batalha que travou uma noite inteira ou até quando foi possível ter a persiana corrida e a ilusão dessa escuridão sussurrada em tempos de guerra. E não foi capaz.

Nenhum comentário: